For the rebirth of the Fourth International! - Pelo renascimento da Quarta Internacional!

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Declaração Reagrupamento Revolucionário sobre a ruptura com Pedro Abreu, Rodolfo Kaleb e Marcio Torres  

  

  

por Sam Trachtenberg

  

Parte 1 - 19/11/15

 

  

Em vez de uma descrição maior a ser publicado em breve, nós gostaríamos de alertar os nossos leitores sobre nossa ruptura permanente com os antigos correligionários no Rio, Pedro Abreu, Rodolfo Kaleb e Marcio Torres, pelo burocratismo sistemático, desonestidade e manipulação sistemática, o abuso grosseiro de facções e a tentativa de exploração de um camarada gravemente doente (eu, Sam Trachtenberg) que mesmo estando em uma depressão profunda, prosseguiram com abuso contínuo, enquanto eu estava gritando "o que diabos está errado com todos vocês, eu não estou bem" (o que de nada adiantou). Ao invés de se comportarem como jovens comunistas, eles se comportavam como estereotipados valentões num tipo de fraternidade.  

  

O desacordo inicialmente era sobre questões de procedimento editorial que poderia ter sido democraticamente resolvido se fosse apenas isso o que estivesse em jogo. Como eu estava gravemente doente pedi aos companheiros simplesmente esperassem até a minha recuperação, para que pudéssemos discutir o assunto. Notei, no entanto, que eles deviam ter mais votos para me colocar fora do circuito. A resposta era ter uma votação em uma reunião no Rio, antes que qualquer discussão fosse possível e na qual o quarto mais recente camarada fosse sistematicamente enganado e manipulado (que tem sido desde o início) devido ao seu recém ingresso no grupo e dificuldade em seguir a discussão devido às dificuldades linguísticas (a discussão era em Inglês), onde eu nem poderia participar de imediato, ou por meio da uma discussão que a precedeu. Tais "votos" burocraticamente manipulados não são novos na história do movimento Comunista (ver "Quatro dias que abalaram o Waterfront" (1937) por James P. Cannon.)  

  

Ao invés de silenciosamente aceitar tal abuso e procedimento, eu protestei, eu fiquei diante de uma ainda maior torrente de abusos, com exigências estridentes de que o nosso pequeno grupo de 5 pessoas, que não conduziam nenhuma luta ou perseguiam qualquer oportunidade imediata, "não podiam esperar" por minha recuperação, para que pudéssemos ter um debate adequado sobre todos os desenvolvimentos e isso com ameaças de "expulsão” (aqueles que estão praticando alguma irregularidade é que deveriam ser expulsos em um grupo de tamanho normal e não têm o direito de "expulsar" ninguém). Considerando-se a doença grave do camarada, uma profunda depressão agravada por todo esse abuso, e a sua situação familiar grave, com um pai extremamente em risco naquele momento, o comportamento foi cruel, desumano e simplesmente chocante, vindo de um ser humano comum, quanto mais de um suposto "comunista.” 

  

Os ex-camaradas no Rio (que nós, naturalmente, não os reconhecemos mais como Reagrupamento Revolucionário) também colocaram suas declarações em seu blog e página separada no facebook que eles tiveram desde o início.

http://reagrupamento-rr.blogspot.com.br/2015/11/revolutionary-regroupments-statement-on.html

https://www.facebook.com/Reagrupamento-Revolucion%C3%A1rio-449146248470285/?pnref=lhc

  

Essas afirmações são bastante desonestas e iremos respondê-las em todos os pontos e daremos mais detalhes em nossa próxima declaração, incluindo muitas citações longas etc. para verificar as nossas afirmações. Uma vez que os camaradas gostam muito de jogar o "em quem você vai acreditar, em mim ou em seus olhos mentirosos?", esperamos mais negações em face da evidência direta. Assim ficaríamos muito felizes de ter uma comissão de inquérito independente com um olhar à esquerda para o assunto e, mais amplamente, escandalizá-los por suas ações.

  

  

Parte 2 -  20/11/15 

  

 

Uma vez que eu ainda estou me recuperando de problemas de saúde, e ainda tenho meu membro da família em um hospital, não está completamente claro quando eu serei capaz de escrever uma análise mais completa como eu anteriormente prometi. No entanto, há muitos pedidos de mais esclarecimentos, por isso vou escrever uma análise em partes. Deve-se a esse contexto uma escrita um pouco apressada, alternando de qualidade, em vez de um típico artigo cuidadosamente preparado. No final eu vou fornecer notas de rodapé com citações para fornecer o contexto mais completo e as provas.  

  

Depois de eu ter deixado a TBI, devido à sua degeneração burocrática em um grupo semelhante à Liga Espartaquista, criei o web site do Reagrupamento Revolucionário ('ver A Estrada para Fora de Rileyville (2008) e A Tendência Bolchevique Internacional “Explica” sua Falência (2012), fui capaz de recrutar dois jovens companheiros, (Rodolfo Kaleb e Marcio Torres) do Coletivo Lenin, um jovem coletivo trotskista no Rio que passou anos sendo manobrado e que pendia para a TBI. O Coletivo Lenin tinha anteriormente estabelecido relações fraternas com o Reagrupamento Revolucionário em função de compartilhar uma apreciação similar da história do movimento trotskista, incluindo uma avaliação positiva do papel desempenhado pela Tendência Bolchevique Internacional e seu antecessor, a Liga Espartaquista antes da respectiva degeneração e uma avaliação do papel desempenhado pelo pablismo na destruição da Quarta Internacional. Uma discussão mais aprofundada foi necessária para esclarecer questões de diferenças antes que uma fusão ocorresse (consulte "Coletivo Lenin rompe relações com a Tendência Bolchevique Internacional (IBT)" 2010). 

  

A percepção de que eles haviam sido sistematicamente enganados e ludibriados pela TBI durante anos contribuído muito para desmoralizar o grupo, com alguns tendo renunciado, desmoralizados por terem desperdiçado vários anos seguindo um grupo que revelou-se uma seita totalmente desonesta. Restou apenas um pequeno núcleo, com o líder original do grupo concluindo, em um importante documento escrito por ele (e em contradição com a declaração assinada de relações fraternas), que: "Nos próximos capítulos vamos demonstrar que é impossível formular uma estratégia correta para a revolução mundial sem uma análise correta da decadência do capitalismo, e que esta estratégia é bastante diferente das estratégias de pequenos grupos trotskistas-leninistas, que procuram lutar contra os falsos dirigentes reformistas por mobilizar as massas em torno de reivindicações transitórias que conduzam à conquista do poder do Estado. Também vamos mostrar porque a Quarta Internacional não foi destruída pelo revisionismo pablista, mas por sua incapacidade de superar o legado leninista de basear a estratégia numa iminente revolução mundial ."  

  

"A Teoria da Decadência e a Crise da Terceira e Quarta Internacionais" (2011)  

  

O líder do CL por meio de mentiras conscientes e deliberadas, manipulações e manobras no curso da luta, especialmente depois da experiência com a TBI, irritou os dois jovens companheiros quase tanto quanto suas conclusões formais não-revolucionárias. Mas reconhecemos que a um nível qualitativo ele não foi diferente do que era a própria TBI que apesar de estar no papel mais próxima do trotskismo genuíno, em um nível puramente formal, na prática do mundo real revelou o seu caráter profundamente anti-revolucionário. A ideologia trotskista havia se transformado em um mecanismo para dar uma justificativa para a existência do que, na realidade, tinha-se tornado uma seita cujo verdadeiro objetivo não era  a revolução socialista, mas a sua própria existência como um fim em si, e mais especificamente o domínio de alguns patéticos pequenos ditadores burocráticos (no caso da Liga Espartaquista, James Robertson, para a Tendência Bolchevique Internacional, Tom Riley, ou para o Partido Comunista Revolutionário, Bob Avakian, ou para o Partido Revolucionário dos Trabalhadores já extinto, Gerry Healy).  

  

Quando eles romperam, depois de uma luta sem sucesso para mudar o curso do CL, eles formaram um grupo do Reagrupamento Revolucionário no Rio. A necessidade de uma vida interna saudável foi reconhecida como uma necessidade e não apenas como uma opção, por todos no momento. Um dos nossos princípios fundamentais, à luz da nossa experiência foi o reconhecimento de que, se nos dias de Lenin, era necessário lutar pela separação dos revolucionários dos reformistas em partidos separados, hoje também é crucial separar o sincero e subjetivamente revolucionário dos picaretas e burocratas totalmente insinceros e anti-revolucionários que tanto povoam a esquerda contemporânea. Isso não é nem mais nem menos verdadeiro em pequenos grupos, onde podem desempenhar um papel ainda mais canceroso, quanto em grupos maiores, onde quadros experientes, conscientes e alertas (estamos é claro nos referindo a um hipotético grupo maior e saudável) podem exercer pressão para silenciá-los ou mantê-los afastados. Podem-se excluir os burocratas e os picaretas, em certa medida, revendo a sua história política (estávamos contra deixar o passado como coisa passada, a história pessoal revela quem eles são, e de fato deve pode ser usada para manter a pressão sobre eles) e deve-se fazer todos os esforços para fazê-lo, mas, inevitavelmente, eles vão se juntar. Para nós esse picareta foi o Pedro Abreu que se juntou em 2013.  

  

Nós também reafirmamos a importância da ruptura com base na questão do burocratismo. O preconceito de que a ruptura sobre questões de organização era sem princípios,  tinha se desenvolvido dentro do pretenso trotskismo,com base em formulações exagerados por James P. Cannon na divisão do SWP com as Shachtmanites. Mas, na realidade, a ruptura de Lênin com os mencheviques em 1903 foi sobre a questão organizativa, as diferenças políticas vieram depois, Trotsky inicialmente lutou contra Stalin na questão da democracia partidária, as diferenças sobre o socialismo num só país, a Frente Popular e outras questões vieram anos depois, a ruptura inicial da Liga Espartaquista com condução de Healy no Comitê Internacional também foi primeiramente sobre questões organizacionais, com as diferenças programáticas formais mais decisivas aparecendo depois. Por último, a ruptura da Tendência Bolchevique Internacional com a Liga Espartaquista essencialmente teve uma forma semelhante com a dos Espartaquistas ao romper com Healy. James P. Cannon ao fracionar com apoiadores de Michel Pablo na Quarta Internacional, lidando com questões significativamente maiores do que apenas as organizacionais, também se inverteram (e em outros lugares também), especialmente essa correção indireta, para suas formulações anteriores exageradas em sua famosa  "Carta aberta" de 1953.

  

"Este procedimento está fora da tradição suja do Comintern sob influência da degeneração stalinista. Mesmo se não houvesse nenhum outro assunto mais importante do que esse, seria necessário combater o pablismo até o fim para salvar a quarta Internacional da corrupção interna."

  

"Uma Carta aos trotskistas do mundo inteiro" (1953)